sexta-feira, 25 de junho de 2010




Auto-Retrato

Nas ruas de flores cinza passam os pensamentos com muita pressa, o tempo esgotado magoa a tarde despercebida...
Quantos sorrisos ainda inventaremos depois dessas noites embriagadas?
Tanta gente muda. Tanta gente muda de emoção.E o silêncio é uma confusão de palavras distantes.
E no meu rosto um grito que não sai dos olhos, uma cor que explode dentro do peito - em segredo...
A alma esfacelada como os poemas deixados na estante, os girassóis plantados no porão, Porque o mundo não permite mais...
Quero vida nesse coração formatado, formas geométricas para um coração contado...que número sou eu nesse calendário ?
Não quero saber onde acaba o arco-íris, não quero o fim do caminho nem as medidas do universo...me deixem em paz!
Me poupem das insatisfações doentes, me deixem longe de preencher esse tempo existente entre o céu e a terra.
Me deixem abrir as janelas e chorar até não poder mais pelo leite derramado... me permitam lembrar do que sou feita, me permitam sentir dor!
Eu não quero ter tanta pressa, não quero correr tanto para o mesmo lugar parado, nem ganhar o mundo se ele for cinza.
Quero um pedaço pequeno de terra, onde eu possa colorir do meu jeito. E só um pouquinho de razão pros meus defeitos.
Quero me permitir contar apenas os beijos, ou as conchas na areia do mar, num dia de céu claro, ou a luz da lua.
Assim seria, se fosse minha essa rua...

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